3 de janeiro de 2022

 




Versando a Pandemia*

 

Em nosso tempo dos vinte e vinte e um.

Um medo silencioso

Um extermínio invisível

Na qual a humanidade foi submetida.

Esta nossa geração jamais esquecerá

As experiências com as perdas reais

De muitos familiares, amigos, conhecidos

E milhões e milhões de desconhecidos pelo mundo afora.

Vivemos momentos finais, com pessoas que até ontem

Estavam percorrendo as ruas de nossas cidades,

Freqüentando os mesmos espaços que freqüentamos

Fazendo parte de nossas vidas,

Estavam entre os nossos contatos presenciais e on-line.

Hoje se instalou um grande vazio, muitas incertezas,

Pois não entendemos a força invisível que retira a vida de muitos.

O que sabemos hoje é o valor da vida,

Cada dia elevamos a gratidão por ela.

Somos sobreviventes da pandemia

Pois destes números não fizemos parte

E os números foram gigantes,

E o desencantamento tomou  conta.

Perdemos a vida comum,

A vida coletiva no trabalho, esporte, nos festejos e no lazer,

Retiramo-nos como forma de proteção

Negamos vida para ganhar a vida.

Algo muito complexo para entendermos hoje,

Mas compreenderemos, quem sabe, no prosseguir da vida

Esse momento que insiste em permanecer

Quando desejamos seu findar.

Para que a vida se reinicie e, quem sabe,

Com outros e novos valores, outras novas utopias,

Outros e novos sonhos,

Outros e novas paixões e, destas

A paixão pela vida que nos é a mais grata.

 

*Paulo Bassani é Sociólogo e Professor Universitário

tanosite - Santo Antônio da Platina 
PR - 31/12/2021  -Geral - Artigo


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