Plataforma Cidade MAIS: Londrina MAIS

                                                                                                                                                                   *Paulo Bassani 

Hoje temos a dizer e acreditar que as possibilidades concretas de realizarmos um ensaio civilizatório de mudanças substantivas na forma de organizar a cidade em inúmeras dimensões social, econômica, política, cultural com conhecimento, ética do cuidado e transparência é possível.  Essas transformações ocorrendo, veremos a curto, médio e longo prazo, outro jeito de vivermos nas cidades, com qualidade, segura, bela.

As orientação do cidade MAIS para o Londrina MAIS, surgem dos Programas Internacionais, entre outros,  o Cidades Sustentáveis e Cidade Educadora, dos Programas Locais como o Rio de Minha Rua e o SALVO, e de Programas elaborados pelo grupo gestor da Patrulha das Águas.

O que apresentamos no Londrina MAIS, é uma nova forma de pensar e organizar a cidade,  problematizando, com princípios e valores, norteados pela gestão compartilhada, economia colaborativa, solução dos problemas na origem e população educada e organizada. Nesse campo educacional há três perspectivas: A educação geral, para as mudanças culturais, desconstruindo aspectos alienantes e insustentáveis. A segunda, diz respeito a formação específica aos valores, princípios teórico e metodológicos do Cidade MAIS, e por  fim a capacitação técnica para o trabalho no território e nas localidades em questão.

  Esses fundamentos nos propiciam estabelecer uma crítica a cidade atual com seus entraves e seu esgotamento, pois a primeira condição para transformar a realidade implica em conhecê-la. Todos os princípios e valores sustentam uma teorização e metodologia adequada que proporcionará avançar no campo de uma cidade MAIS, mobilizada, ambientalmente correta, inclusiva e segura. Para tanto acreditamos que no processo educativo, formativo e capacitador possamos preparar atores imbuídos de valores e princípios, preparados e empoderados, resilientes e pró-ativos, e conscientes da tarefa que terão pela frente, serão: Professores de Cidades, Voluntários, Cidadãos, Criança e Jovens, Adultos da Terceira Idade e as Mulheres. Conhecedoras do ordenamento jurídico, da pró-atividade, do potencial comunitário, da capacidade de pensar, criticar e construir novas formas organizacionais necessárias para o fortalecimento das ideias e das ações correspondentes, pois, dizia Paulo Freire, mudar é difícil, mas é possível.

Este conjunto de perspectivas nada mais é senão um novo modelo de gestão quer do poder público, quer da sociedade. Todos os outros esforços serão inoperantes, se as ações do poder público, se limitarem apenas a discussão e práticas convencionais para resolver questões pontuais de nossa cidade, com a velha prática vertical, distante, atomizada e centralizada, ou seja, traços de uma ação política tradicional.

O que se propõe para o Londrina MAIS é envolver a população e, o poder público, numa grande corrente, num grande esforço para transformar a cidade.  Desta vez não há heróis, vilões, nem vingadores, ou salvadores, será a população organizada, preparada, colaborativa, solidária, cúmplice e atuante, juntamente com o poder público antenado, na forma de pensar e fazer a cidade melhor,  emancipada, atrativa, boa de viver.

Na sua operacionalização, o Programa, gerenciado pela Patrulha das Águas criará uma empresa social, que irá arrecadar fundos para viabilizar as ações propostas, difundidas, discutidas e realizadas através das Gerências, sub-gerências em sintonia com os Professores de Cidades, daquele território, com seus Espaços MAIS e Salas Colaborativas.  Assim como manterá um trabalho informativo, comunicativo através das redes sociais e do whatsapp.

Caso contrário, os problemas endógenos existentes continuarão a crescer, tendo como conseqüência, um desordenamento urbano, o esgarçamento do tecido social, com ausência de mobilização, cuidado, segurança, descuido ambiental e a completa inoperância do poder público.

Não é esta a cidade que queremos que sonhamos.  Outra forma de cidade pode se iniciar e ganhar proporções qualitativas jamais visualizadas, pois implica em repensar completamente nosso território. Portanto, temos hoje, a oportunidade e os meios científicos experimentados mundo afora e, outros tantos que criamos com muita pesquisa, para pensar e refazer a cidade que desejamos. Não importa de onde vieram, mas, sim, onde queremos chegar com elas.  E queremos chegar para implantar um mundo, uma cidade de qualidade, preservação ambiental, organizada e segura.

       *Paulo Bassani é sociólogo e professor da UEL