Atores da base do Eco Londrina:
Professor de Cidades
*Paulo Bassani
O que se pretende, com o Eco Londrina, é iniciar um processo que
apreenda e incentive as boas experiências sustentáveis existentes e, propor
outras novas. Isso requer dedicação, conhecimentos, diálogos e condições de
tempo para se chegar aos resultados a serem alcançados como indicador de uma
nova cultura. Há um ditado chinês altamente pertinente para pensar nosso
trabalho: “se você planeja por um ano,
plante arroz. Se você planeja para dez anos, plante árvores. Se você planeja
por cem anos forme pessoas”. Isso nos indica pensar uma política com foco
ambiental participativa, enraizada no território local, o bioregionalismo, com
suas potencialidades humanas e naturais. Falamos de Professores de Cidades em
que, neste contexto, serão homens e mulheres moradores do município em questão.
O objetivo de formar e capacitar esses atores, envolvidos com a
comunidade em foco, é para atuar de maneira crítica, consciente e conhecedora
no ambiente local, educando, preservando, e propondo alternativas sustentáveis
nos princípios do Eco Londrina: plataforma cientifica
de gestão compartilhada pelas águas. Os
Professores de Cidades farão sua atuação de forma proativa em processos cotidianos
com a comunidade. O conhecimento e as práticas, obtidas, não são gerados fora
da comunidade, antes pelo contrário, são geradas com a comunidade e para a
comunidade.
O Professor de Cidades terá duas formações: uma de gestor e outra
de zelador. O gestor terá como função
primordial acompanhar, propor, educar e fiscalizar. O zelador terá como função
primordial realizar os trabalhos junto à população, na casa, na calçada, na rua
no quarteirão. Esses professores atuarão em processos de gestão da casa, da
rua, da quadra, do bairro, da cidade e de todo território a que ele pertence. Entre
as tarefas destacamos, atividades de mapeamento dos problemas ambientais
relevantes para o trabalho, com registros de fotos e vídeos dos bueiros, dos
esgotos, conhecimento das micro bacias,
dos rios que cruzam a região.
Para tanto, produzirão e disponibilizarão de “manuais” que contenha
todas as informações necessárias, como leis, códigos de posturas, plano
diretor, entre outros, para que o Professor de Cidades possa exercer o papel de
fiscalizador e, também, no processo de formação dos voluntários e agentes comunitários.
Este quadro possibilitará aos Professores de Cidades transformarem-se em atores
preparados e, que desenvolvam ações integradas e permanentes, estabelecendo com
um olhar crítico a relação aos seus alcances e limitações, entendendo as
lógicas existentes e a sua diversidade. Entre as suas atividades o Professor de
Cidades terá: Poder de pré-notificação civil em questões urbano-ambientais,
montar diagnósticos urbano-ambiental dos imóveis e áreas da bacia em questão. Alimentar
dados obtidos do diagnóstico diretamente no sistema, disponível para a
população. Atuar de forma permanente na
educação ambiental e na promoção do conceito e vivência ecocidadã. Percorrer as
ruas em trabalho de monitoramento de possíveis irregularidades ambientais.
Ativar reuniões com moradores e donos de imóveis da bacia e micro-bacia sobre
os conceitos do movimento Eco metrópole e sobre a necessidade permanente de
união e cumprimento das regras urbanísticas e legislações como
Código de Obras e Código de Posturas, além do Plano Diretor, objetivando a
cidade sustentável. Orientar moradores
sobre a importância de compreender e cooperar com os sistemas públicos de
manejo de resíduos, varrição, poda de árvores, desentupimento e manutenção de
bueiros, entre muitos possíveis.
Com
estas perspectivas os Professores de Cidades serão, sobretudo, Educadores
Ambientais, que promovam sinergias da Educação Ambiental tais como: a)Todos educam e todos apreendem; b) A construção de um
conhecimento através de uma visão ética e holística; c) Promover a educação com
o alargamento das experiências sustentáveis; d) Uma educação crítica,
solidária, cooperativa, continuada e aprofundada. Isso resulta um processo
educativo comprometido com estas questões envolve formação continuada,
sensibilização, conscientização, diagnósticos ambientais e responsabilidades
nas ações objetivas e subjetivas a serem propostas.
*Paulo Bassani é Sociólogo, GEAMA e professor
da UEL
Em 25 de novembro de 2016
Muito bom. Parabéns.
ResponderExcluirUma percepção aguçada da organização social e das formas para conseguir a emancipação social. Muito boa iniciativa.
ResponderExcluirÓtimo.
ResponderExcluirÉ isso aí !!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirok
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