Diante de uma crise ambiental já
deflagrada, as nações constituídas pós segunda guerra permitiram reunir-se para
pautar as questões relacionadas à degradação ambiental na Conferência das
Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, ou também conhecida como Conferência
de Estocolmo. Promovida pela ONU, a conferência reuniu chefes de estado de 113
nações entre os dias 05 a 16 de junho de 1972 na capital sueca (PELICIONI,
2014).
Neste encontro, foram esboçadas as
primeiras formas do que viria a ser o conceito de desenvolvimento sustentável,
ou seja, que as preocupações ambientais não deveriam ser uma barreira ao
desenvolvimento econômico. Também foi definido o dia 5 de junho como o dia
Internacional do Meio Ambiente, para se repensar as questões da relação entre a
humanidade e a natureza (PELICIONI, 2014).
Esta semana completamos 44 anos da
Conferência e o GEAMA problematiza os atuais impactos ainda gerados pelo
desenvolvimento entrópico global e os riscos de se tentar mercantilizar a
natureza dentro de uma ideologia disfarçada pelo conceito equivocado de
desenvolvimento sustentável. As propostas encaminhadas na Conferência têm
surtido efeito no campo das ações sociais? O que os atuais acidentes ambientais
nos fazem considerar a respeito das propostas feitas na conferência?
Os principais desdobramentos da
Conferência foram as iniciativas voltadas para a recuperação da saúde ambiental
do planeta, por meio de implementação de políticas públicas, órgãos ambientais
estatais, cooperação e acordos estatais, além da ênfase na necessidade da
generalização de esforços para a educação ambiental (PELICIONI, 2014). Foram
importantes para se conciliar as questões sociais às questões ambientais que
nos permeiam atualmente. Entretanto, ainda sim, estas propostas não
viabilizaram uma mudança radical dos modos de produção capitalistas.
A ideia de dominação da natureza pela
humanidade, reforçada pela industrialização, criou um modo de vida onde o homem
acredita-se alheio do restante da natureza. Há nisso, riscos e consequências
ambientais à saúde humana e às relações sociais, visto que nossa espécie não
evoluiu de forma independente do ambiente e outras formas de vida que nele
existem.
Os riscos sociais frente à natureza,
que levam como justificativa o desenvolvimento econômico, na maioria das vezes,
oferecem consequências imprevisíveis, são universais e contemplam a sociedade
de maneira globalizada. Nesse contexto, o meio ambiente não pode ser pensado de
maneira individual ou independente de territórios e territorialidades, deve ser
discutido de forma ampla, democrática de forma que atinja os mais variados
públicos.
Referência
PELICIONI, Andréa Focesi. Movimento
ambientalista e educação ambiental. In: PHILIPPI JR., Arlindo; PELICIONI, Maria
C. F. (Eds.). Educação ambiental e sustentabilidade. 2. ed. revisada e
atualizada. Barueri: Manole, 2014. pp. 353-379.

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