20 de novembro de 2015

CONSCIÊNCIA NEGRA

Cartum por Carlos Latuff, 2014, latuffcartoons.wordpress.com

No dia 20 de Novembro, comemoramos o dia da Consciência Negra, para criar um momento de reflexão e conscientização das atrocidades causadas na época da colonização. Zumbi dos Palmares é a quem dedicamos esta data especial, que morrera em 1695 defendendo sua cultura e liberdade do seu povo.
A Lei n. 10.639, de 9 de Janeiro de 2003, incluiu o 20 de Novembro ao calendário escolar e atribuiu à data o Dia Nacional da Consciência Negra, ampliando o ensino de História nas escolas ao inserir a cultura negra e africana e também a indígena. A escolha da data conciliou com a da morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, morto em uma emboscada no estado de Pernambuco, ano de 1695.
A criação da referida data promoveu e ainda promove nos brasileiros reflexões sobre a importância e contribuição da cultura africana na construção da nossa cultura nacional, heterogênea e diversificada em todos os aspectos. Um deles, o gastronômico, com a introdução da feijoada, da moqueca, do mocotó, do acarajé e até mesmo o simples feijão preto, com o saboroso Azeite de Dendê. Houve também os movimentos sociopolíticos, o desenvolvimento da economia, com fortes contribuições para a riqueza nacional; a arte musical marca forte presença da africanidade, bem como a religião, como o Candomblé, o Batuque, a Umbanda e outros.
A luta pela liberdade dos negros jamais cessou, mesmo após séculos, estes ainda sofrem com o racismo e a opressão. A afirmação de que no Brasil não há discriminação e que todos possuem direitos e deveres iguais é uma falácia. Dia após dia, centenas de negros sofrem preconceito e são humilhados apenas por sua cultura e cor, algo inadmissível para uma nação em pleno século XXI.
Os movimentos sociais vêm para fazer frente a essa falsa e absurda ideia de uma supremacia da raça branca e atuam para combater esse racismo velado, que boicota a história e a cultura das demais etnias, atuando para que haja uma maior representatividade e  para que se acabe o extermínio não oficial desses povos. Essas questões sociopolíticas estão intrinsecamente relacionadas ao ambientalismo que almejamos, pois o mesmo não se pauta apenas na relação entre o homem e a natureza. Para o desenvolvimento de um meio ambiente equilibrado, faz-se necessário a construção de uma sociedade justa e igualitária, onde o respeito mútuo entre as etnias seja um dos principais valores éticos.
O Dia da Consciência Negra é, então, uma oportunidade para repensarmos as atitudes culturais que nos afastam da irmandade entre os povos, pois a superação de estereótipos, definidos em um passado e que tentam determinar o presente, é fundamental para a democracia, de fato, acontecer. Todos nós somos responsáveis pela construção de uma sociedade sem discriminação, seja econômica, racial, social ou cultural.
Que 20 de Novembro possa ser a data de celebração do que fazemos todos os dias do ano: a busca por uma nova mentalidade.

Texto elaborado por: Giovanna Bazzo Cavassani, Glícia Thalita Carvalho da Silva; Isabel Tejada Vergara; Michely da Silva Bugança; Thiago Takeshi Takizawa (Graduando/as Extensionistas da Universidade Estadual de Londrina)

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