1 de outubro de 2013

5º Relatório do IPCC- Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU


Neste dia 26 de setembro de 2013 o IPCC da ONU - Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, divulgou  um novo relatório que aumenta o grau de certeza dos cientistas em relação à responsabilidade do homem no aquecimento global.
            O documento apresentado em Estocolmo, na Suécia, em conferência científica realizada ao longo desta semana, mostra também que o nível dos oceanos aumentou 19 centímetros entre 1901 e 2010, e que as concentrações atmosféricas de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso aumentaram para "níveis sem precedentes em pelo menos nos últimos 800 mil anos".
            Chamado de "Sumário para os Formuladores de Políticas", o texto afirma que há mais de 95% (extremamente provável) de chance de que o homem tenha causado mais de metade da elevação média de temperatura registrada entre 1951 e 2010, que está na faixa entre 0,5 a 1,3 graus.
            Dos cerca de 300 pesquisadores-autores de várias partes do mundo, incluindo o Brasil, estimam ainda que, no pior cenário possível de emissões, o nível do mar pode aumentar 82 centímetros, prejudicando regiões costeiras do planeta, e que o gelo do Ártico pode retroceder até 94% durante o verão no Hemisfério Norte (veja abaixo uma tabela com os eventos climáticos possíveis, segundo os cientistas).
            O novo relatório diz ainda que há ao menos 66% de chance de a temperatura global aumentar pelo menos 2 ºC até 2100 em comparação aos níveis pré-industriais (1850 a 1900), caso a queima de combustíveis fósseis continue no ritmo atual e não sejam aplicadas quaisquer políticas climáticas já existentes.
            Trata-se da primeira parte de um conjunto de dados que servirá de base para as negociações climáticas internacionais. A última versão saiu em 2007, quando o estudo rendeu ao painel de especialistas o Prêmio Nobel da Paz. O primeiro capítulo divulgado nesta sexta, de um total de três, aborda A Base das Ciências Físicas.
            Um ponto polêmico do documento, o chamado "hiato" da mudança climática, foi mantido. O trecho explica que houve uma "desaceleração" no aumento da temperatura global entre 1998 e 2012, com taxa de aquecimento de 0,05 ºC por década, enquanto que período entre 1951 e 2012, essa taxa era de 0,12 ºC. Para o IPCC, esta desaceleração sentida não significa uma mudança de curso no aquecimento do planeta.
            O IPCC sempre define quatro cenários quatro cenários de emissões de gases, o IPCC fez previsões de que até 2100 a temperatura no planeta pode aumentar entre 0,3 ºC e 1,7 ºC (no cenário mais brando, com menos emissões e políticas climáticas implementadas) e entre 2,6 ºC 4,8 ºC se não houver controle do lançamento de gases-estufa.
            O relatório aponta também que é forte a evidência de que as camadas polares e glaciares do Ártico e Antártica têm perdido massa de gelo e reduzido sua extensão oceânica.
            “O mais importante é que o gelo fora da região antártica continua com ritmo acelerado de derretimento e, principalmente, as geleiras não polares (encontradas em montanhas) continuam a reduzir rapidamente e a contribuir para o aumento do nível do mar”, explicou o glaciologista brasileiro Jefferson Simões, um dos revisores da parte que aborda as massas de gelo do planeta.
            Resumo das conclusões deste Relatório:
- temperatura global aumentou 0,85 ºC entre 1880 e 2012;
- há 95% de chance de que o homem causou aquecimento;
- concentração de CO2 no ar é a maior em 800 mil anos;
- no pior cenário de emissões, a temperatura sobe 4,8 ºC até 2100;
- no mesmo cenário, nível do mar pode aumentar 82 cm até 2100;
- gelo do Ártico pode retroceder 94% até 2100 durante o verão;

            Podemos dizer com base destas informações prestadas pelo IPCC que, muito embora, os saberes ultrapassam o campo do conhecimento cientifico e do saber acadêmico, a construção de um saber para a sustentabilidade necessária convoca, de uma maneira urgente e atenta, necessariamente, as universidades, os centros de pesquisa e de produção de conhecimentos. E este chamamento/alerta implica em transformar as estruturas institucionais para que abram frentes de diagnósticos, estudos e pesquisas para a crise ambiental. É necessário atualizar as teorias e os métodos de investigação orientados por um saber ambiental, profundo, complexo e ético que se coloca fundamental nos dias de hoje.
            Com esta conduta científica poderemos orientar nossos alunos, professores, servidores e toda a comunidade, para a travessia desta crise civilizatória e ambiental e que cada um possa ter instrumentos teórico-práticos para trilhar  a construção de um mundo sustentável.

                                                            Equipe Gestora do GEAMA – 01 de outubro de 2013

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