A professora Cláudia Cristina Ciappina Feijó é coordenadora do curso de Tecnologia em Gestão Ambiental da Unopar e educadora ambiental há 22 anos.
A política estadual de educação ambiental
22/05/2013 | 00:02*Cláudia Cristina Ciappina Feijó
A lei estadual 17.505/2013 cria a Política Estadual de Educação Ambiental e o Sistema Estadual de Educação Ambiental no Paraná. O centro de toda discussão é que a Educação Ambiental (EA) esteja contemplada no Projeto Político Pedagógico (PPP) das escolas públicas e privadas, no ensino formal e não formal, desde o ensino fundamental até o superior de maneira transversal, interdisciplinar e transdisciplinar e não só como uma disciplina. Investir em Educação Ambiental é investir em qualidade de vida da população.
A implementação dessa lei é necessária e os resultados serão de médio e longo prazos. Dentre os benefícios esperamos uma comunidade mais consciente com relação ao descarte dos resíduos, uso racional da água, uso correto da rede de esgoto, de galerias de águas pluviais, melhor compreensão da biodiversidade, entre outros assuntos. Atualmente existem em Londrina e região grupos que desenvolvem educação ambiental de maneira pontual com qualidade. Existem escolas que trabalham bem e desenvolvem projetos, mas a maioria ainda não conseguiu colocar essa proposta em prática.
De acordo com a lei, a Educação Ambiental deve contar com a participação de vários profissionais e disciplinas. No entanto, “o que acontece hoje é que vemos apenas um ou outro professor carregando o piano”. É aquele que assume porque acredita na temática e sabe de todos os benefícios. Geralmente é o professor de Ciências, Biologia, Geografia, Química. Os demais professores “apenas observam”, e esta postura não vem de encontro com as premissas da legislação. Muitos professores, geralmente, assumem o projeto sem apoio.
A capacitação de professores deve ser a principal iniciativa e a principal dificuldade para a adoção da lei estadual. Desta forma, é de se esperar que haja resistência por parte de professores. A capacitação fortalece e prepara para o desenvolvimento do trabalho em grupo. Considero necessária a liberação de recursos para desenvolvimento de projetos nas escolas, pois é a melhor forma para estimular os professores no desenvolvimento de um trabalho com qualidade e com melhores resultados.
São necessários também espaços adequados para o desenvolvimento de práticas de Educação Ambiental, mas precisamos de atividades permanentes com pessoal qualificado que possa dar continuidade no atendimento à comunidade escolar. Afinal “aprender educação ambiental em espaços naturais é mais prazeroso e dá excelentes resultados”.
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