Espaço Aberto - Folha de Londrina
Tempo de lutar pela Educação
Uma das características do homem ao longo da
história foi lutar pelo que acredita. Acreditamos na vida, nos amigos,
no trabalho, na crença de que o amanhã será melhor que hoje. Tais
maneiras de encarar a vida nos inquietam, motivam nossa capacidade de
pensar e atuar no mundo. Elevam em suma o princípio elementar da vida
que todos buscamos: aqueles caminhos e oportunidades melhores para nossa
qualidade de vida, fazendo com que nossos sonhos e utopias encontrem um
terreno propício para fertilização.
De uma forma ou de outra, todos estão em movimento, procuram a
melhor organização, isto é, ao lutar reivindicam aquelas passadas
decisivas para definir as marcas importantes em nossa história. E ela, a
nossa história, é sempre prenhe de potenciais que somos nós, e mais
ninguém, a demonstrar sua viabilidade, o que há de factível nas formas,
nos esboços realizados que traduzem nossa capacidade acumulada e
desenvolvida ao longo dos anos.
Os estudantes lutam por melhor qualidade do ensino, das escolas
e universidades. De fato esta é uma luta legítima e que merece toda
consideração e apoio. Entretanto, penso também na condição de educador,
professor, pensador preocupado na construção de um mundo e de pessoas
melhores, pois se trata, nesse empreendimento formador, de preparar os
cidadãos, homens e mulheres do amanhã. Futuros profissionais, públicos e
privados, trabalhadores, empresários, políticos. E aí brota uma
preocupação e, esta não é uma preocupação isolada, mas compartilhada por
muitos profissionais da área de educação que produzem conhecimentos
científicos e filosóficos fundamentais para compreender melhor os
desafios de nosso tempo.
Este tecido humano de estudantes, jovens, no qual se constituem
a matéria-prima que trabalhamos, encontramos alguns problemas que
merecem uma apreciação. Carecem, no geral, bons alunos nos níveis
fundamental, médio e universitário. Não obstante, pouco leem, consultam
mais suas redes sociais, inclusive em sala de aula, não se interessam
pelo saber, não buscam saber. Com baixo nível de concentração, não são
pontuais, faltam por motivos fúteis, são intolerantes, no geral,
conservadores. Pesquisas do Ipea sobre a nova classe média brasileira
que, cresceu vertiginosamente, também apontam para estas questões acerca
dos jovens.
Muitos aspectos podem ser enunciados para tentar decifrar estes
problemas. Poderemos enunciar uma séria de situações desestruturação da
família, drogas, mídias, o mau uso das redes sociais, o mercado. Nessa
esteira, o educador ensina o aluno que quer ser educado e, encontrar
elementos que não tem e que poderão compor sua formação, caso contrário,
não necessitaria a escola, mas outros espaços onde encontraria os
elementos que poderá dar conta de outras necessidades. E aí a situação
se torna mais delicada.
Estamos no problema, juntos nesta e com esta questão. Temos que
trilhar passadas muito mais largas, mais dialógicas para chegarmos
juntos a um ideal de ensino-aprendizagem, onde podemos reaprender
princípios como: tolerância, respeito, compromisso e sustentabilidade. E
que a matéria a tecer nossas relações seja moldada de cuidado,
gentileza, respeito, solidariedade, fecundidade e ética. Por aí penso
que teremos possibilidades de afirmar que o processo educativo, em seus
diferentes níveis possa, nos próximos anos, contribuir para formar
homens e mulheres de um tempo melhor.
Folha de Londrina, p. 02, 18/10/2012
Coluna - Espaço Aberto
Acesse o texto pelo link: http://www.folhaweb.com.br/?id_folha=2-1--2346-20121019
Equipe Gestora do GEAMA/UEL
Equipe Gestora do GEAMA/UEL
Sempre uma análise crítica, pertinente e de forte conteúdo conteporâneo.
ResponderExcluirUm belo ensaio. Precisa aprofundar, espero que faças na continuidade.
ResponderExcluir