23 de maio de 2012

Coordenador do GEAMA Prof. Paulo Bassani publica no Jornal de Londrina do dia 20/05/2012, no espaço Ponto de Vista com o tema Universidade e Sustentabilidade: apontamentos necessários.

UNIVERSIDADE E SUSTENTABILIDADE: APONTAMENTOS NECESSÁRIOS.
Ponto de vista/Jornal de Londrina 20/05/2012

No espaço universitário podemos e devemos cultivar valores universais de cunho ético e, deles, orientar nossas práticas profissionais e cidadãs. A educação, não importa por quem seja gerada, tem uma esfera pública. Temos que aprender e refazer cotidianamente a natureza da instituição que temos, que pertencemos e que somos. A Universidade, assim como a democracia, sem justiça social é uma mera formalidade, pois pouco significa o voto sem os correspondentes compromissos que ele carrega. A Universidade está em constante transformação. Buscar, construir e encontrar vasos comunicantes para que eles possam se retroalimentar, é um passo importante. Educação e desenvolvimento sustentável não devem ser tratados em separado. Todas as áreas de conhecimento da ciência, da tecnologia, podem e devem contribuir, desta forma, necessário se faz agrupar saberes, para associados buscar elementos equilibrados de um modelo de vida e de trabalho.

Não podemos adotar em sala de aula modelos educacionais que ensinam a individualidade, a tirania, a fragmentação. Paulo Freire afirmava que somos sujeitos inacabados, portanto podemos ser e atuar de outra forma. Urge pensar diferente com métodos e metodologias diferentes, preparar pessoas a estar, ser e viver num mundo em mudança. Conhecemos, e a história tem comprovado isso, que uma das melhores ferramentas para promover a inclusão social é a educação. Desta forma podemos alimentar modelos de Universidade que saiam da funcionalidade de hoje, que possibilite o crescimento, a inovação com qualidade, com planejamento, com ética.
Nesse processo cabe colocar em pauta a produção de conhecimentos, a pesquisa de tecnologias, alternativas que erradiquem a fome, que gere emprego, renda, qualidade de vida e preserve o meio ambiente. É possível nesta trajetória identificar, como afirmava Milton Santos: pontos luminosos, alguns mapas, pistas, e princípios de novo modelo que seja duradouro e sustentável, gerador de inclusão e mais equilibrado. Para esta tarefa é imprescindível formar pessoas com capacidade de diálogo com a sociedade e que tenham condições de responder para além das questões técnicas e academicistas. A Universidade como produtora de conhecimento e formadora tem também a responsabilidade histórica e ética de atuar como braço científico na região que se insere. No processo deste curso, é necessários transcender o campo das competências e entrar no campo dos compromissos, tentando responder as questões mais graves do nosso entorno.
E, por fim, desenvolver intensamente ações cooperativas para ampliar as possibilidades de incrementar novos conhecimentos, novas tecnologias e desta maneira desenvolver em todos os atores, um sentimento de pertencer à região para consolidar iniciativas já existentes e estimular a criação de novas.

Um comentário:

  1. Bem posto, neste espaço, a discussão entre Universidade e sociedades sustentáveis.

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