Às vezes a vida nos propicia oportunidades únicas. Nesse dia 25 de novembro em Foz do Iguaçú, participando do Encontro do programa Cultivando Água Boa - braço ambiental da Itaipu binacional - tive um encontro intelectual inesquecível. Esse encontro foi com Leonardo Boff, um dos maiores pensadores sociais, filósofo, teólogo e ambientalista de nosso tempo.
O que me marcou não foi o fato de estar conversando com alguém que já publicou mais de 80 livros, é reconhecido por toda latino América e pelo mundo como uma referência em seus estudos. Mas sim o homem simples em sua complexidade, homem com alto espírito, com experiência, conhecimentos e, sobretudo, com a sabedoria encontrada em poucos personagens de nosso tempo. Suas palavras, energia, luz e inspiração tornaram aquele encontro inesquecível. Falei brevemente de minha formação, meus estudos e pesquisas rurais e ambientais, ele sempre atento, também fez questão de relembrar o começo da Teologia da Libertação juntamente com Arthuro Paoli, Carlos Mesters, Frei Betto, Clodovis Boff, Orestes Stragliotto e outros protagonistas da Igreja libertadora com quem tive o prazer de ter cursos no final dos anos de 1970. Curso em que aprendi a entender e respeitar nosso povo latino-americano, sobretudo os nossos camponeses, índios e trabalhadores urbanos brasileiros, oprimidos pelo sistema capitalista e pelas ditaduras militares.
Boff fez questão de relembrar o tempo e a forma como foi exonerado pela igreja do Vaticano e como recebeu a sentença do cardeal Ratzinger, atual papa Bento XVI.

Sua lucidez, seu olhar sobre o planeta e nossa civilização é algo que chama atenção em sua fala. Enfatiza que construímos uma civilização do medo, da destruição, do uso abusivo sobre os bens da Terra, dos Biomas, da Biodiversidade, da Água e dos recursos minerais. Dizia Boff: “precisamos apreender a cuidar do planeta como de nossa mãe”. Nosso planeta anda agonizante das ações e dos impactos antrópicos.
Num dos mapas para trilhar a ética para a sustentabilidade, Boff aponta quatro eixos fundamentais: o cuidado, o respeito, a responsabilidade e a solidariedade. Destaca Boff que o excessivo desgaste da industrialização que causou o constrangimento dos fracassos da tecnologia, também pode abrir um espaço diferenciado para a filosofia e as ciências sociais que renascem para pensar exercícios de liberdade e de felicidade.
Para que se possa pensar uma produção e um consumo sustentável, necessitamos desenvolver, ensinar e apreender uma cultura sustentável, uma nova forma de produzir e de consumir, isso para termos uma sobrevida no planeta Terra, único, até o momento, possível para a vida como conhecemos.
Mas suas palavras, e seu olhar de esperança, toma forma nos 40 minutos finais em que dialogamos. Boff acredita na humanidade, nos homens, que apesar da demência tecnológica e cientificista que construiu este modelo cartesiano que tudo dilui e separa, contrapõe-se uma capacidade criativa, sábia de perceber e rever as possibilidades de vida que se manifestam em todos os cantos e de diferentes formas. Estamos vivendo uma travessia de um paradigma consumista, predatório para uma vida sustentável, de equilíbrio entre os homens e deles para com a natureza.
* Paulo Bassani é Sociólogo Ambiental, professor da UEL e coordenador do GEAMA
Que contato interessante.
ResponderExcluirLegal prof. Bassani. Não são todos que tem essa possibilidade de estar com uma pessoa dessa importância.
ResponderExcluirBOFF é uma das pessoas com maior sabadoria dos dias de hoje. Sempre temos algo a apreender com ele. Parabéns !!!
ResponderExcluirBOFF é o que pode se dizer hoje referência em estudos holisticos, ambientais e humanisticos...E um belo exemplo de vida
ResponderExcluirBoff é tudo de bom !!! Que traga boas energias para o GEAMA neste novo ano de 2012.
ResponderExcluirGrande !!!!!
ResponderExcluirOs encontros na vida devem ajudar a fortalecer convicções teórica-metodológicas e de principio éticos. Este deve ter sido daqueles que possibilita um fortalecimento dessas e outras coisas vitais para a pesquisa, a produção de conhecimentos e para busca da sustentabilidade necessária.
ResponderExcluirO GEAMA sempre na frente !!!
ResponderExcluirMuitos ambientalistas e estudiosos gostariam de ter essa oportunidade que o prof. Bassani teve. Partilhar esses momentos eleva nossa cidadania e compreensão de mundo.
ResponderExcluirTodos os ambientalistas deveriam conhecer a obra de Leonardo Boff. Desta forma teriamos uma visão do ambiente por inteiro da Mãe Terra ( GAIA).
ResponderExcluirParabéns !!!
Apenas espetacular esse contato !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirGRANDE BASSANI !!!!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirBOFF INSPIRAÇÂO PURA. Para todos !!!
ResponderExcluirTive a imensa alegria de conviver com um dos gurus da TL no Brasil, e que era amigo de Boff. Orestes Strgliotto. Um homem que onde estava, sempre defendeu os pobres, ano que vem será comemorado os 10 anos de sua Páscoa!!!!
ResponderExcluirEsses intelectuais que lutaram para criar e formular a TL foram pessoas que marcaram época na história latinoamericana......
ResponderExcluirEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH.
ResponderExcluirBOMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM
Um mundo sustentavel é o que desejamos. vamos ouvir nossas fontes.
ResponderExcluirMuito legal esses encontros !!!@@@@@@@@@@@@@@@@@
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