17 de junho de 2021


 

   A cidade sustentável e a democracia*


 Não há democracia sem o exercício das práticas democráticas em todas as dimensões e estas vão muito além do voto. Quanto mais atores preparados, conscientes estiverem em cena, maior será a forma democrática que entendemos ser ideal: participativa, justa e transformadora. Isso significa incorporar novos atores no processo de socialização entre a população e o poder público, moldando formas emancipadas, solidaria colaborativas, transparentes, éticas.

Definindo uma agenda de participação e mobilização social para realizar as transformações sociais, econômicas, políticas e culturais necessárias para o bem viver urbano, para que a cidade se torne um espaço de vida de qualidade, que inclua que acolha a todos como protagonistas de um processo em permanente construção nessa busca. Para tanto se faz necessário a ampliação dos canais de participação popular, reconhecendo a heterogeneidade dos atores, das práticas e dos interesses urbanos. Isso para observar as práticas democráticas que se desenvolvem nos contextos diversos.  Observar as formas de participação direta e indireta nos processos de articulação e mobilização, deliberação e definição das estratégias de ação.

Vivemos um tempo em que o estado, em suas diferentes dimensões: nacional, estadual e municipal tende a diminuir sua presença na sociedade. Nisso os atores-cidadãos terão funções específicas para colaborar para a instalação de uma sociedade compartilhada, colaborativa e sustentável.  Através de uma gestão horizontalizada com regulação social que permita o controle, uma vez que o estado tende a diminuir sua ação e o mercado não tem a capacidade de assumir a lógica a que propomos, pois este destaca sua atenção ao mercado em sua ampliação e acumulação. Outro olhar para as pessoas que vivem no território urbano faz-se fundamental para que seja um espaço-tempo urbano um lugar que acolha a todos, oferecendo as condições de habitabilidade em suas múltiplas feições. Para tanto se trata de horizontalizar nossos diálogos, ouvindo a todos, nos espaços de debates e diálogos de saberes urbanos  e que estes como práticas democráticas possam compor um viver de qualidade nesta contemporaneidade.

*Prof. Dr. Paulo Bassani é Sociólogo, Coordenador do GEAMA, Diretor de Educação e Cultura do Instituto EMOSI

 

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