3 de maio de 2021


                                                                       02 DE MAIO DE 2021

FOLHA DE LONDRINA - ESPAÇO ABERTO

 Em busca de outra racionalidade*


        Entendemos que o meio ambiente é um conceito amplo que significa a composição de tudo que circula na Biosfera Planetária, por isso é um ambiente por inteiro. Esse entendimento coloca essa interdependência de todo tipo de vida, com as matérias que a sustentam. E que convivem todas as formas vivas que formam a grande teia da vida neste planeta. Sem a base de vida contida na Biosfera do planeta, todos nós vamos desaparecer, todo o tipo de vida irá desaparecer. E sabemos que somos os grandes responsáveis por isso! Queremos passar esses nosso tempo sabendo disso e nada fazer para reverter esse processo!

        Nós, seres humanos, somos seres complexos, inteligentes e que nos caracteriza por exclusividade seres imaginativos e criativos, portanto seres socialmente construídos derivamos de uma construção cingida pelo processo histórico que estamos inseridos, pelo conjunto de contatos, experiências, de dizeres e fazeres e daí associamos as nossas composições práticas e mentais. Portanto a forma racional como a gente pensa, vê e age no mundo é construída, edificada por uma composição experimental e mental.

        Isso nos coloca que todos o pensar e fazer ocorre na Biosfera e sobre a Biosfera planetária, a nosso favor, a nossos interesses. Entretanto, a racionalidade moderna, capitalista está levando ao término desta relação, pois se trata de uma Biosfera limitada, finita, e o prosseguir vão acabar! E como a Biosfera reage diante das ações racionais de modernidade capitalista em vigor e predominante?

            Através de uma ecopedagogia, uma pedagogia ecológica, que nos ensine a lembrar e entender que somos natureza, fazemos parte do ambiente vivo como um todo. Desse entendimento é possível mudar a forma como atuamos no planeta, e aí que entra esses conjuntos de relações diferenciadas para prolongarmos a vida no planeta Terra. Programar outro sistema que não seja degradativo, insustentável.         Uma racionalidade da vida, ambiental e não a racionalidade do capital. Degradando o meio ambienta estamos degradando anos mesmo, necessitamos estabelecer uma nova composição das relações estabelecidas hoje. De relações verticais para relações horizontais, de relações excludentes para relações includentes, de relações competitivas para relações colaborativas, de relações tiranas para relações solidárias, de relações injustas para relações justas e equilibradas.

         Nessa dimensão necessitamos pensar em decrescimento, ou crescimento sustentável, equilibrado. Privilegiando formas que tragam o bem viver (conciliação entre o material e o espiritual, objetivo com o subjetivo, o prático com o teórico) e não o viver bem (que se resume na materialização e quantificação desta), que é a forma hegemônica que determina nossa forma de habitar o planeta.

        A sustentabilidade que propomos é um modelo que acaba sendo uma construção de um conceito que tenta elaborar outra forma de estabelecer a relação dos homens com a Biosfera planetária. Ela passa pelo mundo acadêmico, pelos movimentos ambientais, e pelo empresariado. Nossas ações são culturais e, portanto foram construções e agora necessitamos fazer outras construções que possam associar toda a rede e interconexão da vida, de todo tipo de vida. Talvez precisassem juntar duas coisas ciência e política, necessitamos juntas nos diálogos de saberes as novas composições que possam gerar esses formatos.

 *Arthur Barbosa Bassani é estudante de agronomia da UEL

  Paulo Bassani é sociólogo e filósofo

 

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