Percepção de mundo*                                                             

Momento propicio para pensar nosso mundo. Em tempos como este que vivemos. Onde tudo é incerto, tudo é especulativo. Há vários cenários sendo postos nas mídeas digitais, na televisão e nos jornais. Há os otimistas que falam ser uma simples gripe com outra cara, há os que apresentam cenários comedidos por cautelas. E há os que apresentam um cenário dramático jamais vivenciado na história moderna, pelo menos no pós guerra.

Em todos os cenários o que se apresenta é algo novo, que não sabemos ao certo como lidar. Diante disso cautela, prudência e muito cuidado, pois lidamos com algo estranho, desconhecido onde melhor seguir as indicações da OMS da ONU que com seus cientistas, infectologistas nos apontam os melhores comportamentos diante desta pandemia. São eles, o que parece ser a melhor indicação, não como certeza, mas com menor isenção de interesses ideológicos ou econômicos, e sim como seres humanos preocupados com as condições de habitabilidade num planeta contaminado por um vírus letal.

Este é um dos preços de um mundo globalizado. De um mundo determinado pelo mercado, pela forma como produzimos e pela forma como consumimos.  Estas condições se por um lado nos agradam, satisfazem nossas necessidades, por outro, nos colocam numa constância forma de esgotar a biodiversidade e o patrimônio da natureza da qual dependemos. Se mudarmos seu equilíbrio, mudamos a forma de suas respostas num planeta pequeno e limitado. E, elas estão vindo à tona de forma crescente, nos continentes e nos mares. Necessitamos entender melhor essa dinâmica da natureza para preservarmos a natureza humana que neste momento esta posta em questão.

Esta á apenas uma reflexão de um tempo necessário para realizá-la, não apenas porque estamos confinados em nossas casas, mas porque talvez seja esta oportunidade única de pensarmos as condições da reprodução da vida com outros determinantes que até então não foram postos em evidência. Mesmo porque a natureza, sendo sábia, nos coloca mais uma vez esta oportunidade de reflexão aprofundada de nossa maneira de habitar a casa comum que é o planeta Terra.

*Paulo Bassani. Professor doutor, sociólogo da Universidade Estadual de Londrina